Senti um toque no ombro, olhei para aquela direção e o mundo parou por alguns instantes. Por um momento não pude diferenciar sonho de realidade, toda a minha existência, coube ali, em alguns metros de distância.
Dez anos de saudade, se tornaram alguns segundos de afastamento, o mesmo cheiro, o mesmo jeito e o mesmo olhar que sempre me encantou, que sempre me estimulou a querer mais, a me lançar no desconhecido e mergulhar na essência da vida. Não posso dizer que ele sempre foi ou que é a razão do meu viver, ele sempre foi e sempre será uma inspiração para viver, mesmo longe, aprendi a viver com esta condição, não que me contente com pouco, mas nesse caso o pouco é muito.
Pude dizer tudo aquilo que o orgulho da adolescência não me permitia, só não sei se foi tarde demais. Poder ver, mas não poder ter, é bem verdade que tudo tem seu preço. Um dia doce, são momentos assim que fazem da vida uma roda gigante, que sempre inicia do seu ponto final, ou do ponto e vírgula.
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